23 de dezembro de 2024
Um sistema financeiro onde transferências internacionais acontecem em minutos, fraudes são raras e a burocracia para abrir contas é quase inexistente. Essa realidade, que parecia distante há alguns anos, está se tornando cada vez mais próxima graças à ascensão de duas tecnologias revolucionárias: blockchain e APIs bancárias.
Muito além de um jargão tecnológico, essas ferramentas representam uma mudança de paradigma. E se há algo que aprendemos com a história da evolução tecnológica, é que as mudanças mais profundas começam silenciosamente, mas seu impacto se torna inescapável. É isso que está acontecendo agora no setor financeiro. Para quem observa de perto — e para quem entende o que está em jogo —, blockchain e APIs bancárias não são apenas tendências, são pilares de um sistema financeiro mais seguro, ágil e preparado para o futuro.
No início, o blockchain era associado quase exclusivamente às criptomoedas, como o Bitcoin. Hoje, ele se desprendeu dessa sombra para se tornar um sinônimo de segurança e confiabilidade em transações financeiras. A essência do blockchain é sua estrutura descentralizada, imutável e transparente, algo que resolve muitos dos problemas que assombram o setor bancário há décadas.
Veja um exemplo prático: bancos que utilizam blockchain para transferências internacionais estão economizando, em média, 30% nos custos operacionais relacionados à liquidação de pagamentos, de acordo com o relatório “The Business Value of Blockchain”, da Gartner. E não estamos falando de instituições experimentais ou startups, mas de alguns dos maiores nomes do setor financeiro global. É uma economia que não só otimiza os processos internos, mas que pode ser repassada diretamente aos clientes, criando um ciclo virtuoso.
Mais impressionante ainda é o impacto na segurança. Em um setor onde as fraudes cibernéticas custam bilhões anualmente, o blockchain surge como um antídoto. Estudos, como o relatório “Blockchain Technology Market”, mostram que sua implementação reduziu em até 35% os índices de fraude em transações digitais, um feito que não pode ser ignorado por nenhuma organização séria.
E os números não param por aí. O mercado de blockchain no setor financeiro está projetado para atingir US$ 11,5 bilhões até 2030, com uma taxa de crescimento anual superior a 22% (“Blockchain in Banking Market Size, Share & Industry Trends”). Mas o mais fascinante não são os números em si, mas o que eles simbolizam: uma aceitação crescente de que o futuro das finanças está indissociavelmente ligado a essa tecnologia.
Se o blockchain é o cimento que solidifica a segurança no sistema financeiro, as APIs são as engrenagens que fazem tudo funcionar. Elas conectam sistemas distintos, permitindo que dados e serviços sejam compartilhados em tempo real, de forma segura e eficiente. No universo bancário, essa conectividade significa agilidade — e, mais importante, significa relevância.
Considere o Open Banking como um movimento que tem mudado a dinâmica entre bancos, fintechs e consumidores. Ele simplesmente não seria possível sem APIs avançadas. Essas interfaces têm permitido que bancos tradicionais, muitas vezes presos a sistemas legados, integrem-se com novas plataformas e ofereçam experiências personalizadas aos clientes. Mais do que isso, APIs têm permitido que o setor financeiro se torne, enfim, uma indústria verdadeiramente centrada no usuário.
E os resultados são tangíveis. De acordo com o relatório “APIs: The Digital Glue for Banks”, da McKinsey & Company, instituições financeiras que adotaram APIs abertas relataram aumentos de até 20% na receita anual por cliente. Além disso, o estudo destaca que o tempo médio de desenvolvimento de novos produtos foi reduzido em 40%, possibilitando que bancos e fintechs entreguem soluções mais rápidas e alinhadas às necessidades do mercado.
Outro exemplo impressionante é o impacto no onboarding digital. Com a integração de APIs para autenticação biométrica, uma tarefa que antes levava dias — ou até semanas — pode ser realizada em menos de 10 minutos. E não se trata apenas de rapidez, mas de criar uma experiência fluída que melhora a percepção do cliente sobre o serviço.
O setor financeiro não tem espaço para negligências quando o assunto é segurança. A confiança é a moeda mais valiosa em transações bancárias, e perder isso pode ser fatal. Por isso, é reconfortante saber que tanto blockchain quanto APIs foram desenhados com a segurança como premissa básica.
O blockchain, por exemplo, tem em sua essência um design que praticamente elimina o risco de adulteração de dados. Para alterar uma única transação em uma cadeia de blocos, seria necessário reescrever não apenas aquele bloco, mas todos os subsequentes — algo que exigiria um controle computacional absurdo, quase impossível de alcançar.
Por outro lado, as APIs enfrentam desafios diferentes. Como elas conectam diferentes sistemas, muitas vezes em tempo real, são alvo preferido de ciberataques. Mas as melhores práticas, como o uso de autenticação multifator, criptografia ponta a ponta e monitoramento constante, têm mostrado resultados sólidos. Empresas que seguem essas diretrizes têm reduzido significativamente os incidentes de segurança enquanto aumentam a eficiência operacional.
Tecnologias avançadas muitas vezes enfrentam um ceticismo inicial, mas histórias de sucesso são o que realmente mudam percepções. Em um banco europeu, por exemplo, o uso de blockchain na gestão de liquidez reduziu em 50% o tempo necessário para ajustar posições financeiras, ao mesmo tempo em que aumentou a precisão no fluxo de caixa.
Nos Estados Unidos, uma fintech conseguiu escalar suas operações para processar mais de um milhão de transações diárias com APIs avançadas, mantendo uma taxa de erro inferior a 0,1%. Esses casos não são apenas números em relatórios; são sinais de uma transformação mais ampla, que combina tecnologia, estratégia e execução.
Olhando para o futuro, é evidente que blockchain e APIs avançadas não são mais apostas ou tendências, mas sim ferramentas indispensáveis para a construção de um sistema financeiro mais eficiente e resiliente. Mas há uma pergunta que cada instituição deve responder: estamos prontos para abraçar essa transformação? Porque, em última análise, as tecnologias são apenas facilitadoras, o verdadeiro diferencial está em como elas são aplicadas.
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Por Rodrigo Gardin, CTO da Luby.
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