
Lançado em 2020 como alternativa ao TED e ao boleto, o Pix se tornou parte do dia a dia dos brasileiros. Agora, deixa de ser só um meio de pagamento e começa a funcionar como uma infraestrutura regulada e programável.
Com o Pix Automático já em operação e novas funções a caminho, como parcelamento com liquidação imediata, pagamentos por aproximação e transações com garantia, o sistema se consolida como base para novos produtos, serviços integrados e fluxos automatizados.
Pix 2.0 e redefinição do sistema
O Pix segue em expansão e passa a incorporar funções que ampliam seu papel no sistema financeiro. Em junho, entrou em operação o Pix Automático, que permite pagamentos recorrentes de forma autorizada e programada, facilitando cobranças em serviços como assinaturas, mensalidades e contas de consumo.
Outras funcionalidades estão em desenvolvimento e devem compor a próxima fase da agenda evolutiva, conhecida como Pix 2.0. Segundo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, entre elas estão o pagamento por aproximação, o parcelamento com liquidação imediata, a contestação rastreável e as operações com garantia. Esses avanços aproximam o Pix de sistemas financeiros mais completos, com capacidade de atender diferentes necessidades de pessoas e empresas.
Com essas mudanças, o Pix começa a sustentar modelos de negócio mais sofisticados, integrando soluções em tempo real, automatizando fluxos e apoiando jornadas que vão além da simples transferência. A proposta é transformar o sistema em uma infraestrutura estratégica dentro do ecossistema financeiro.
Uma nova camada de automação nos pagamentos
A função que mais tem movimentado o setor é o Pix Automático, onde é possível programar pagamentos recorrentes, como mensalidades, assinaturas ou contas fixas com autorização prévia do cliente.
O Banco Central destacou que esse tipo de operação deve reduzir custos para as empresas, facilitar a cobrança e criar mais previsibilidade nos recebimentos. A ideia é eliminar a dependência de boletos e débito automático em conta, que hoje têm restrições de interoperabilidade entre instituições. A adesão à funcionalidade deve crescer nos próximos ciclos, com aplicações em setores como:
- Serviços por assinatura (streaming, plataformas digitais)
- Utilities (água, luz, internet)
- Educação (escolas e universidades)
- Saúde (clínicas e convênios)
Durante o FEBRABAN TECH 2025, diversas instituições bancárias destacaram o potencial do Pix Automático para integração com sistemas de cobrança, conciliação e gestão de contratos. A funcionalidade, além de reduzir atritos, cria espaço para novas aplicações financeiras embutidas em produtos e serviços do cotidiano.
O Pix já é rotina para milhões
O avanço do Pix em volume e frequência de uso é visível. Apenas em 2024, foram realizadas mais de 63,4 bilhões de transações via Pix. Além disso, a base de usuários que faz mais de 30 transações por mês cresceu 38% entre pessoas físicas e 20% entre pessoas jurídicas.
O crescimento da frequência de uso indica que o Pix se consolidou como ferramenta presente no dia a dia, tanto para pagamentos quanto para recebimentos. O que abre espaço para que funções mais complexas, como o Pix com Garantia e o parcelamento com liquidação imediata, sejam bem recebidas pelo público, especialmente se integradas de forma transparente a experiências digitais já existentes.
Do pagamento à programação de fluxos financeiros
As novas funcionalidades do Pix apontam para o avanço do sistema como uma plataforma transacional programável. O parcelamento com liquidação imediata, por exemplo, permitirá que o recebedor tenha acesso ao valor total no ato da venda, enquanto o pagador pode parcelar o valor. Um modelo semelhante ao crédito à vista, mas com liquidação via Pix..
Já o Pix com Garantia, ainda em fase de testes, permitirá operações vinculadas a garantias reais ou digitais, viabilizando novos modelos de financiamento ou antecipação de recebíveis com rastreabilidade e segurança. Com isso, o Pix começa a se conectar com iniciativas como o Drex (moeda digital brasileira), a tokenização de ativos e o uso de contratos inteligentes, criando uma camada transacional de confiança e automação para novos produtos financeiros.
Um novo papel no sistema financeiro
Hoje, há um consenso entre especialistas de que o sistema se tornou uma infraestrutura crítica e não mais uma simples alternativa aos meios tradicionais. Essa mudança de papel também tem impacto direto nos modelos de negócio das instituições.
Em vez de concorrer com o Pix, bancos e fintechs estão criando soluções sobre ele. O que inclui desde funcionalidades personalizadas até serviços financeiros embutidos em experiências não bancárias como pagamentos feitos por carro conectado, dispositivos IoT ou assistentes digitais. Com a introdução do Pix Automático e outras automações, os fluxos financeiros começam a se mover com menos atrito, menos etapas e mais contexto.
Pix como base da próxima geração de serviços financeiros
O Pix nasceu como resposta a uma demanda prática por eficiência e instantaneidade. Mas, em pouco tempo, mostrou potencial para muito mais. O que estamos vendo agora é a consolidação do Pix como infraestrutura. Ou seja, uma base sobre a qual será possível criar experiências financeiras mais fluidas, automáticas e integradas.
Com a chegada do Pix Automático, das transações com garantias, do parcelamento e da integração com novas tecnologias, o sistema brasileiro avança para uma nova fase, em que os pagamentos ocorrem em segundo plano e os serviços se conectam diretamente com a vida das pessoas e a operação das empresas.
No futuro próximo, talvez o Pix não seja mais apenas uma opção entre outras na hora de pagar, mas o alicerce invisível de grande parte das transações que movem a economia. Se quiser se aprofundar nos temas que estão moldando o setor financeiro, baixe o nosso novo ebook “Além do palco: Insights do maior evento financeiro da América Latina”.
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