
Nos últimos anos, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) passaram por um crescimento acelerado e ganharam importância inédita no mercado brasileiro. Em 2024, os FIDCs captaram R$81,4 bilhões em emissões, um salto de 86,1% em relação ao ano anterior. Esse avanço fez com que, em janeiro de 2025, o volume de patrimônio líquido dos FIDCs superasse o dos fundos de ações, representando cerca de 6,5% de toda a indústria de fundos.
Essa expansão foi impulsionada por juros elevados, maior demanda por crédito e por evoluções regulatórias que trouxeram mais segurança ao produto. No entanto, junto com o crescimento vieram desafios de gestão cada vez mais complexos. O nível de exigência aumentou, especialmente em relação à eficiência, à governança e à capacidade de mitigar riscos operacionais.
Regulação e riscos sob nova perspectiva
A Resolução CVM 175 representou uma virada na forma como os fundos, inclusive os FIDCs, são administrados no Brasil. Essa norma modernizou e consolidou as regras da indústria, aumentando o nível de transparência e os requisitos para controle e conformidade.
A partir dela, gestores de FIDCs passaram a lidar com obrigações mais específicas, como o monitoramento contínuo da carteira, análises de risco mais rigorosas e uma prestação de contas mais detalhada. Sem o apoio da tecnologia, essas tarefas se tornaram complexas e, em muitos casos, inviáveis.
Antes da digitalização, era comum haver falta de visibilidade consolidada da carteira, controle precário de documentações e critérios de elegibilidade aplicados manualmente – situações que aumentavam a margem para erros e decisões inconsistentes. Com a CVM 175, a margem para falhas praticamente desapareceu, já que a rastreabilidade das operações e a documentação robusta tornaram-se obrigatórias.
Casos recentes reforçam os riscos dessa lacuna. Um FIDC lastreado em recebíveis imobiliários sofreu prejuízo superior a R$ 300 milhões por não garantir o registro formal de uma alienação fiduciária. A ausência de controle comprometeu a segurança da carteira, e os cotistas não conseguiram recuperar os ativos. Esse tipo de falha nem sempre é identificado por auditorias tradicionais, o que evidencia a urgência em modernizar a governança.
Digitalização além da eficiência operacional
Diante desse contexto, a tecnologia tornou-se um fator crítico para a boa gestão de FIDCs. Se antes a digitalização era sinônimo de ganho de produtividade, hoje ela está diretamente ligada à mitigação de riscos, à garantia de compliance regulatório e ao fortalecimento da confiança dos investidores.
A seguir, destacamos alguns dos principais benefícios da adoção de soluções tecnológicas na gestão de FIDCs:
Automatização de tarefas operacionais
Sistemas especializados permitem automatizar processos como verificação de documentos de cessão, cálculos de cotas e conciliações. Isso reduz erros manuais, dá mais agilidade ao time e libera a equipe para atuar em decisões mais estratégicas.
Centralização e rastreabilidade para compliance
Plataformas integradas consolidam dados do fundo, incluindo documentos, cadastros e relatórios, em um ambiente único e seguro. Com isso, é possível gerar automaticamente os arquivos exigidos pela CVM e manter um histórico completo das decisões e operações.
Risco monitorado em tempo real
Dashboards inteligentes mostram, em tempo real, a saúde da carteira. Alertas automáticos avisam sobre inadimplência, concentração excessiva em determinados setores ou cedentes e outras situações que demandam atenção. A integração com bureaus de crédito e o uso de modelos preditivos também fortalecem a análise de risco.
Mais transparência para os investidores
A digitalização elevou o nível de visibilidade da carteira para os cotistas. Por meio de plataformas online, os investidores conseguem acompanhar a performance do fundo, os ativos em carteira e as movimentações em tempo real. Tecnologias como blockchain ainda trazem mais segurança, ao registrar operações de forma imutável e auditável.
Crescimento estruturado e competitivo
Com processos mais ágeis e dados bem organizados, os gestores conseguem escalar suas operações com mais segurança. Isso significa estruturar novos FIDCs, atender originadores diversos e se adaptar rapidamente a mudanças regulatórias sem sobrecarregar o time. A tecnologia, nesse contexto, é o que viabiliza a expansão com controle.
Fronteira entre segurança e oportunidade
A transformação digital da gestão de FIDCs também influencia o relacionamento com originadores e investidores. Fundos que operam com tecnologia avançada oferecem mais segurança jurídica, transparência e agilidade, fatores valorizados por quem busca esse tipo de produto no mercado.
Para empresas que desejam estruturar ou investir em FIDCs, essa mudança de perfil pode ser decisiva. Ao buscar parceiros tecnológicos ou plataformas especializadas, a empresa não apenas ganha eficiência, mas também reduz o risco de sanções regulatórias e melhora sua posição frente aos investidores.
É por isso que hoje, mesmo empresas que atuam com crédito estão se aproximando de soluções especializadas para FIDCs, seja por meio de integração com administradoras ou desenvolvimento de ferramentas próprias.
Tecnologia como base para uma gestão sólida
A tecnologia redefiniu o que significa gerenciar um FIDC no Brasil. De um lado, temos um produto financeiro em plena ascensão, com potencial de gerar liquidez e alavancar negócios de crédito. Do outro, um ambiente regulatório mais exigente e uma expectativa crescente por transparência e governança.
Nesse contexto, ferramentas digitais passaram a sustentar a operação com agilidade, segurança e rastreabilidade. Fundos que priorizam automação, controle de risco e compliance ganham a confiança de cotistas, mantêm sua solidez operacional e ampliam suas possibilidades de crescimento.
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