Visão computacional aplicada à saúde: insights do Computer Vision Meetup
20 de maio de 2025

Na segunda edição do Computer Vision Meetup, realizada pela Luby com apoio da AWS, Eyna e Indicator, o tema central foi o uso da visão computacional na saúde. O evento reuniu especialistas, startups e investidores para discutir aplicações concretas em hospitais, centros cirúrgicos e ambientes clínicos.
As conversas abordaram desde o suporte a diagnósticos por imagem até a automação de processos operacionais. Também ganharam destaque os avanços em computação em borda, privacidade de dados e a integração entre IA e protocolos médicos.
Visão computacional como infraestrutura invisível
A visão computacional tem se tornado parte estruturante de processos críticos, consolidando-se como uma camada permanente de inteligência nos ambientes hospitalares. Desde o controle de inventário no centro cirúrgico até a análise de exames em tempo real, seu uso deixou de ser pontual para ocupar um papel estratégico.
Durante o evento, especialistas destacaram que, em pouco tempo, câmeras com visão computacional devem se tornar tão comuns quanto sensores de temperatura ou sistemas de alarme. A diferença está na capacidade de antecipar riscos, apoiar diagnósticos, validar protocolos e emitir alertas instantâneos. Casos como o da RT Médica e da MedRoom mostraram que isso já é uma realidade em operação no Brasil.
Latência, borda e decisões em milissegundos
A velocidade com que uma decisão é tomada pode definir o desfecho de um atendimento. O meetup trouxe reflexões relevantes sobre computação em borda e sua importância para contextos que exigem resposta imediata. Em vez de depender da nuvem, alguns modelos estão sendo operados localmente, a poucos centímetros da câmera.
Hospitais com infraestrutura própria, como data centers internos, conseguem processar dados críticos com baixa latência. Um exemplo citado foi a tomografia intraoperatória no Cedars-Sinai, que permitiu reduzir em até 33% o tempo de cirurgias ao apoiar decisões clínicas com base em imagens processadas no ato.
IA generativa e dados sintéticos no combate ao viés
A ética no uso de IA apareceu como uma preocupação constante, especialmente no que diz respeito ao viés algorítmico. Muitos modelos são treinados com dados históricos distorcidos, como a sub-representação de mulheres em exames cardíacos. Isso compromete a precisão e a equidade nos resultados.
Uma das soluções debatidas foi o uso de dados sintéticos gerados por IA generativa. Eles permitem corrigir desequilíbrios nos datasets e ampliar a diversidade dos cenários de treino. A startup Biofy apresentou um caso emblemático, em que conseguiu desenvolver antibióticos personalizados com base no DNA da bactéria, em poucas horas.
Privacidade e interoperabilidade como pré-requisitos
Implementar visão computacional exige mais do que tecnologia. É preciso integrar com os sistemas existentes, respeitar os padrões de segurança e atender às normas de privacidade. O meetup reforçou a importância de seguir protocolos como HIPAA e HL7, além de conectar os sistemas à estrutura de prontuários eletrônicos já presente nos hospitais.
Foi citado também o avanço de legislações como o direito ao esquecimento na Europa, que exige que rostos não autorizados sejam removidos de vídeos. Essa exigência tende a se espalhar para outros países, o que demandará novos níveis de conformidade por parte das empresas que atuam com visão computacional.
Casos práticos que mostram impacto real
O meetup reuniu demonstrações que ilustram como a visão computacional já está sendo usada em ambientes de saúde:
- Câmeras que seguem o olhar do médico em cirurgias laparoscópicas, reduzindo o tempo de operação
- Monitoramento em tempo real de procedimentos de radioterapia, com posicionamento preciso de pacientes e equipamentos
- Simulações médicas em realidade virtual, como no caso das siamesas separadas no Einstein
- Gêmeos digitais do coração, que ajudam a simular a progressão de um quadro clínico com e sem cirurgia
Ética, explicabilidade e responsabilidade compartilhada
Quando uma decisão assistida por IA dá errado, de quem é a responsabilidade? A pergunta apareceu diversas vezes ao longo do evento. A resposta passa por sistemas que documentam todo o processo de tomada de decisão, com rastreabilidade e capacidade de explicação.
Plataformas como a Edison, da GE, já fazem isso ao registrar justificativas e cruzar dados clínicos com ações realizadas. A IA precisa não só indicar caminhos, mas deixar claro como chegou a cada resposta.
Eyna: visão computacional com resposta em tempo real
Um dos destaques do encontro foi o lançamento oficial da Eyna, empresa especializada em visão computacional. Sua plataforma, OmniVision, combina sensores inteligentes, modelos de IA e análise de vídeo em tempo real para detectar padrões, anomalias e eventos críticos com alta precisão.
Durante o meetup, foram apresentadas as primeiras aplicações da solução na área da saúde, incluindo suporte a protocolos cirúrgicos e monitoramento automatizado de procedimentos. Além da resposta em tempo real, a plataforma se integra aos sistemas hospitalares já existentes e segue os principais padrões de privacidade e interoperabilidade.
A Eyna nasce conectada ao ecossistema da Luby, o que acelera sua adoção em hospitais e centros de saúde e facilita sua expansão para outros setores com ambientes de alta complexidade.
O próximo passo é aplicar com propósito
A visão computacional já vem sendo usada para agilizar diagnósticos por imagem, acompanhar protocolos cirúrgicos e gerar alertas em tempo real. O Computer Vision Meetup reuniu exemplos práticos de como hospitais e clínicas estão utilizando a tecnologia para reduzir tempo de resposta e aumentar a precisão dos procedimentos.
Para que esses resultados avancem, a aplicação precisa estar conectada à realidade dos processos médicos, respeitando requisitos de privacidade e interoperabilidade. A Luby e a Eyna apoiam organizações que buscam aplicar visão computacional de forma eficiente e integrada.
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