KYC, KYB e AML: como a IA e a automação estão redefinindo a experiência do cliente
5 de agosto de 2025

Entrar em um banco costumava ser sinônimo de filas, pastas de documentos e processos burocráticos. Bastava pensar em abrir uma conta, pedir crédito ou formalizar uma parceria empresarial, e o consumidor já se preparava para uma maratona. Hoje, no entanto, o cenário mudou radicalmente, graças a processos como KYC, KYB e AML que, potencializados pela automação e pela inteligência artificial, tornaram a entrada no sistema financeiro brasileiro não só mais rápida e fluida, mas também segura.
O que são KYC, KYB e AML
KYC (“Conheça seu cliente”) e KYB (“Conheça seu parceiro de negócios/empresa”) são processos essenciais para identificar e validar a identidade de pessoas físicas e jurídicas. Já o AML (“Anti-Money Laundering” ou “Prevenção à Lavagem de Dinheiro”) engloba controles e análises para detectar e evitar crimes financeiros, como lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.
No Brasil, com o avanço da digitalização e o aumento das exigências regulatórias, essas etapas se tornaram ainda mais importantes. Estima-se que a automação aliada à inteligência artificial ajuda a prevenir até 35% das tentativas de fraude nas instituições financeiras, além de reduzir o abandono de cadastro, que antes chegava a 30% em processos manuais.
Tradicionalmente associados à burocracia, esses processos ganharam agilidade com a transformação digital, que permite cumprir as exigências regulatórias de forma invisível, rápida e prática. Como resultado, as instituições financeiras asseguram conformidade, ampliam a inclusão financeira e oferecem uma experiência mais satisfatória e segura para os clientes.
Automação, IA e o novo onboarding digital
Imagine abrir uma conta bancária em minutos, apenas com o celular, sem precisar enfrentar longas filas de espera. Você fotografa um documento, tira uma selfie e em instantes é aprovado, tudo com total segurança e atendimento às normas do Banco Central e da LGPD.
É assim que funciona em grandes instituições e bancos digitais. Através de sistemas automatizados que combinam reconhecimento facial, assinatura digital, análise de documentos via OCR e inteligência artificial, essas instituições validam informações em tempo real, verificam a autenticidade de documentos e realizam uma checagem completa do cliente sem intervenção humana direta na maior parte dos casos.
O diferencial está na combinação de tecnologias como:
- Biometria facial e de voz: verifica a identidade do usuário comparando a selfie enviada com a foto do documento e bases de dados públicas, dificultando fraudes por falsidade ideológica.
- Machine learning para AML: algoritmos analisam o comportamento das transações em busca de padrões suspeitos, como movimentações atípicas que possam indicar lavagem de dinheiro.
- Consulta automática a bases restritivas e listas internacionais: validação em segundos junto a fontes como SPC, Serasa e listas de possíveis envolvidos em ilícitos (OFAC, PEP, entre outros).
- Processamento de dados históricos e contexto: capacidade de analisar não só dados cadastrais, mas histórico, relações e até cruzamento de informações públicas e privadas para KYB, identificando sócios, padrões societários e possíveis riscos de relacionamento empresarial.
Os principais benefícios para o cliente
A grande vantagem desse novo cenário é que todas as camadas de verificação, antes impostas por meio de atendimento presencial e análises manuais, agora foram incorporadas a uma jornada digital que é ao mesmo tempo segura e extremamente fluida.
Isso traz benefícios concretos para as instituições financeiras e, principalmente, para os clientes, que experimentam processos muito mais ágeis e intuitivos, sem perder a segurança necessária.
- Redução de tempo: processos que antes poderiam levar dias ou até semanas podem ser concluídos em minutos. Isso viabiliza a abertura instantânea de contas, a concessão de crédito e o cadastro de empresas, eliminando barreiras físicas e burocráticas.
- Personalização: a inteligência artificial ajusta os requisitos de acordo com o perfil de cada cliente. Para usuários mais familiarizados com tecnologia, o processo fica ainda mais simples e rápido, enquanto clientes com necessidades específicas passam por verificações mais robustas, mantendo o equilíbrio entre agilidade e segurança.
- Acompanhamento em tempo real: os clientes acompanham todas as etapas do processo pelo aplicativo, recebem notificações imediatas em caso de pendências e podem resolver qualquer situação pendente diretamente pelo celular, sem necessidade de deslocamento ou atendimento presencial.
- Inclusão financeira: este modelo digital é uma porta de entrada para pessoas que, por distância, falta de documentação física ou outras limitações, eram excluídas dos serviços financeiros tradicionais. O onboarding inteligente, utilizando biometria e validação remota, permite o acesso a crédito, investimentos e movimentações financeiras mesmo em regiões remotas, promovendo maior inclusão.
Experiência versus Conformidade
Um dos maiores desafios e, ao mesmo tempo, trunfos das novas tecnologias é garantir, de um lado, a conformidade com regulamentações cada dia mais exigentes e, do outro, não criar barreiras desnecessárias para o cliente. A automação e a análise inteligente permitem que grande parte dos controles seja implementada sem o usuário perceber: análise comportamental, listas restritivas, reconhecimento de documentos falsos, monitoramento de transações e bloqueio automático em caso de suspeitas. Tudo ocorre nos bastidores, praticamente em tempo real.
Empresas e bancos que se destacam no mercado, além de fintechs e plataformas B2B, investem constantemente em soluções de IA e machine learning para aprimorar regras, detectar fraudes sofisticadas e fazer a triagem automatizada de alertas, permitindo que as equipes de compliance se dediquem apenas a casos relevantes.
Exemplos concretos no Brasil:
- Nubank: é referência em onboarding ágil e seguro no Brasil, mantendo taxas de aprovação nas primeiras tentativas acima de 80% e reduzindo drasticamente a necessidade de suporte humano nas etapas iniciais.
- Inter: unificou abertura de contas, verificação KYC e concessão de crédito numa única jornada digital, com biometria, consulta automática a listas restritivas e compliance ativo via IA.
- Olist: adotou inteligência artificial para onboarding de parceiros, reduzindo o tempo de aprovação de dias para minutos, com análise automatizada de documentos, validação de CNPJ, consulta a bases da Receita Federal, órgãos de restrição e listas PEP.
- Mercado Pago: implementou OCR avançado e biometria no cadastro, aumentando conversão e reduzindo tentativas de fraude documental.
Além da eficiência, essas empresas também reportaram aumento de conversão (menos abandono de cadastros) e redução no índice de tentativas de fraude ao implementar soluções baseadas em IA e automação para KYC, KYB e AML. O controle passou a ser constante e preditivo, e não apenas pontual durante o onboarding inicial.
Impulsionando o B2B no Brasil
O KYB vem ganhando protagonismo especialmente no segmento B2B. Fintechs, plataformas de pagamentos, marketplaces e bancos têm reforçado o controle sobre quem são seus parceiros de negócios. O processo, antes manual, agora é realizado automaticamente, verificando documentação societária, quadro de sócios, beneficiários finais, envolvimento em operações suspeitas, entre outros detalhes.
A automação desse processo não só elimina erros humanos como também aumenta a velocidade de inserção de empresas no ecossistema digital. Empresas como Olist e Mercado Pago comprovam que é possível conciliar agilidade, escala e segurança num modelo totalmente automatizado.
A vantagem competitiva da experiência inteligente
No ambiente hipercompetitivo dos bancos digitais e fintechs, a experiência do cliente não pode ser tratada como um diferencial. Por isso, a fluidez do onboarding digital já virou o “cartão de visita” das instituições. A tecnologia para KYC, KYB e AML, quando orquestrada com inteligência, alinha as expectativas do consumidor digital com velocidade, simplicidade e transparência, mantendo o rigor regulatório do Banco Central, da LGPD e das práticas globais de prevenção a fraudes e crimes financeiros.
Instituições que investem nesse tipo de automação e IA garantem não só a confiança do regulador, mas constroem relações de longo prazo com seus usuários e parceiros, pois eliminam o atrito, tornam a jornada mais agradável e potencializam a inclusão e inovação no setor financeiro brasileiro.
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